A Florida Cup para o ‘majestoso’

22/01/2017 13:56

 

O São Paulo sagrou-se campeão da Florida Cup, nos pênaltis, contra o maior rival: o Corinthians – tem torcedor que acha que seja o Palmeiras, diga-se. O título em si pouco importa. O principal objetivo do torneio é a preparação para a temporada, focando, também, na exposição da marca, do clube.  Mas será que é exatamente isso o que aconteceu?

A organização é precária e nada além do comum. O maior exemplo é o Corinthians, que saiu para jogar um torneio no exterior, porém enfrentou apenas rivais nacionais. Os estádios são simples, pequenos e vazios, na grande parte dos jogos. A princípio, o intuito era sair do Brasil para enfrentar os europeus, grandes times, como de fato aconteceu nas primeiras edições, com jogos interessantes contra Colônia, Bayer Leverkusen e Shakhtar Donetsk.

Este ano valeu a pena pela boa final entre Corinthians e São Paulo, clássico paulista, o majestoso, com direito a cenas lamentáveis, expulsão e decisão nos pênaltis. O fato é que se este jogo tivesse sido feito na Alemanha, Áustria, Bolívia teria o mesmo efeito. Ou seja: o torneio era menos importante que o jogo em si.

Mas, foquemos agora nas projeções, no potencial de cada clube, tendo como base o desempenho de ambas as equipes na Florida Cup, começando pelo soberano São Paulo.

A estreia do Ceni como técnico foi ótima: dois jogos, dois empates, classificação nos pênaltis e título em cima do rival. Tudo deu certo. Porém, nem tudo são flores para os saopaulinos. O que ficou evidente é o elenco fraco. O time titular é funcional, mas fica na média de 2016, dificilmente o tricolor conseguirá resultados acima da média, com títulos e brigas na parte de cima da tabela. Falta um nove, falta outro meia para dividir com Cueva a responsabilidade da armação. Taticamente, será, tenho certeza, um time organizado, com alma e vontade, características intrínsecas ao Rogério Ceni. W. Nem, Cícero, Neílton e Sidão foram as principais aquisições. Melhora o elenco, claro, mas faltam peças ainda. Apostaria na briga pela vaga na Libertadores e pelo título na sulamericana.

Fazer uma previsão para o Corinthians pode ser considerado mais ‘fácil’, pois sabemos o que Carille é capaz de fazer, sobretudo porque o treinador alvinegro deixa sempre claro nas entrevistas que se espelha no Tite. A promessa é de um time organizado, tático, o mais semelhante possível com o time de 2015, com muitas triangulações, uma espécie de tentativa de emulação da forma de jogar do time campeão brasileiro com Adenor.

O elenco melhorou considerável em 2017, mantendo praticamente todo o time que terminou o brasileiro na 7ª posição. Os reforços forma pontuais e bons. Todas posições mais fracas  tiverem significativa melhor. Na defesa, Pablo chegou. Na volância,  Gabriel e Felipe Bastos são os novos nomes. No meio, tudo indica que Jadson virá. Para o ataque chegaram Kazim e Jô. O time tem tudo para ser extremamente competitivo, e a Florida Cup mostrou isso. A vitória contra Vasco e o empate no clássico é sintomático. Apostaria na mesma projeção do São Paulo: briga pela vaga na Libertadores e pelo título da Sulamericana, com o acréscimo da Copa do Brasil.

De modo geral, Palmeiras e Santos terão rivais mais fortes este ano, Corinthians e São Paulo melhoraram, e tem tudo para fazer uma temporada forte. Quem ganha com isso é o futebol paulista e brasileiro. 

 

Gustavo Azeituno